Há um bom tempo as plataformas de apostas esportivas caíram no gosto da população tupiniquim. Com esse serviço, o brasileiro, que é conhecidamente um apaixonado pelo futebol e diversas outras modalidades esportivas, como o MMA, basquete, vôlei, automobilismo, entre outras, tem a oportunidade de dar um toque a mais de emoção nos eventos que acompanha, tentando adivinhar o resultado final das partidas do seu time preferido, por exemplo.

Sabendo da predileção do público brasileiro pelo setor, as operadoras de palpites não perderam tempo, e estão investindo pesado para consolidarem suas marcas por aqui. Com isso, as empresas implementam diferentes estratégias para atrair o público, patrocinando os principais clubes de futebol do país, criando propagandas para a TV aberta e/ou oferecendo algumas vantagens, como é o caso das casas de apostas que dão bônus grátis. Nessas plataformas, o cliente começa a apostar sem qualquer custo, podendo testar os serviços oferecidos para saber se eles se adequam ao seu perfil, e posteriormente ainda pode recorrer a outras promoções para conseguir um saldo extra em seus primeiros depósitos.

Levando em consideração os clubes da Série A e B do Campeonato Brasileiro, a maioria esmagadora atualmente é apoiada por ao menos  uma operadora que atua no mercado de apostas esportivas. Dito isto, atualmente a estimativa é de que esse setor invista aproximadamente R$ 3 bilhões anualmente entre patrocínios e publicidade, seja para expor suas marcas na TV aberta, competições, YouTube, uniformes de clubes, entre outros.

Nos principais campeonatos de futebol nacionais e estaduais, as operadoras de apostas se transformaram nos grandes patrocinadores, e a Série A e B do Campeonato Brasileiro, assim como a Copa do Brasil, possuem uma grande presença dessas empresas. A Copa do Brasil, por exemplo, teve o naming rights adquirido pela Betano.

Com esse crescimento impressionante nos últimos anos, esse mercado que apesar de ser legal, ainda não foi regulamentado, está finalmente próximo de receber uma regulamentação. Nas últimas semanas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem relatado que a Medida Provisória que regulamentará as apostas esportivas está em suas fases finais de preparação.

R$ 15 bilhões para os cofres públicos

Segundo Haddad, com a divulgação da Medida Provisória e consequente regulamentação das apostas esportivas, o governo espera arrecadar até R$ 15 bilhões anualmente com essa indústria. Sendo que nesse montante está sendo contabilizado o retorno da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), mais conhecida em todo o país como “raspadinha”.

Nesse valor também está contabilizada a cobrança das licenças de funcionamento para que as plataformas de palpites continuem atuando no país, que segundo o governo cada outorga deve ser vendida por R$ 30 milhões e será válida por cinco anos.

Em relação a taxação das empresas, ao que se sabe elas serão taxadas em 16% de receita angariada com os palpites, após serem subtraídos os valores pagos em premiações para os jogadores, o que é chamado de Gross Gaming Revenue (GGR). Enquanto isso, os apostadores também serão taxados “sobre o prêmio recebido pelo apostador será tributado 30% de Imposto de Renda, respeitada a isenção de R$ 2.112,00″, segundo o Ministério da Fazenda.

De acordo com a pasta, desses 16% de GGR, 2,55% serão enviados para o Fundo Nacional de Segurança Pública, e o montante deve ser utilizado para combater esquemas de manipulação de resultado, assim como lavagem de dinheiro e qualquer outro ato ilícito que possa ser praticado no mercado de palpites – 10% será destinado para seguridade social, 0,82% para educação básica, 1,63% para os clubes e 1% para o Ministério dos Esportes.

Segundo o governo, a aprovação de uma regulamentação para o nicho “vai garantir mais confiança e segurança aos apostadores, graças à transparência das regras e à fiscalização”.