Portugal pode ter uma das maiores dívidas públicas entre os países. Isso é verdade. Mas, no futebol, há muito que a Europa nos deve um título de campeão europeu. É hoje que essa dívida é saldada?
A selecção portuguesa volta a defrontar uma das suas bestas negras dos últimos anos: a França. Dos três jogos oficiais entre as duas selecções (1984, 2000 e 2006), o resultado foi sempre o mesmo para os portugueses: a derrota e o sabor de que merecíamos ter melhor sorte. Hoje terá de ser diferente.
Quando entrarem no relvado do Stade de France, Cristiano Ronaldo e companhia terão de vestir o fato e ser os homens do fraque em nome de uma nação. A cobrança será difícil.
Pela frente terão uma selecção francesa que, sempre que organizou um torneio, soube ser capaz de guardar o troféu guardado a sete chaves em casa. E terão pela um ‘petit diable’, Antoine Griezmann, melhor marcador deste Euro, que promete manter a dívida incobrável – Pepe, lembra-te de Platini e Zidane…
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Sanções por confiança excessiva
No plano económico, a Europa ameaça Portugal com sanções económicas por défice excessivo.
Hoje são os franceses que nos ameaçam, mas com sanções desportivas. “Portugal não têm hipóteses nenhumas”, disse o antigo jogador dos ‘bleus’ Jérôme Rothen. Haverá penalizações à França por confiança excessiva? Esperemos que sim.
Ronaldo, o melhor arrogante do mundo, responde: “A França é um pouco mais favorita do que nós. Mas acredito que é possível, assim como os meus colegas e todo o país e os emigrantes aqui em França também acreditam. Temos de ter pensamento positivo porque acredito que no domingo será a primeira vez que Portugal vai vencer um troféu importante”.
França em vantagem teórica
O craque português até tem razão. Na teoria, os franceses levam alguma vantagem.
Olhando para o valor de mercado dos jogadores, a selecção francesa surge avaliada em 696,9 milhões de euros, apresentando-se Griezmann como ponto de referência: 120,2 millhões de euros.
Do lado português, Ronaldo é o jogador mais caro do Euro 2016 (quem mais poderia ser?) e atestou o seu preço de 137 milhões de euros ainda no último jogo com o País de Gales. Portugal está avaliado em 450 milhões de euros.
No jogo das probabilidades, o campo volta a inclinar-se para os gauleses. Antes do início do torneio, o Goldman Sachs apontava 23% de probabilidade dos franceses conquistarem o torneio, beneficiando do factor casa. Já a selecção nacional surge com uma probabilidade de apenas 8%.
Mas não desmotivemos. A Europa deve-nos este título. Vamos lá cobrar essa dívida.
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