Salário de Mexia equivale ao de um defesa de um clube do meio da tabela?

Jun 2, 2016

António Mexia, CEO da EDP, recebeu 1,9 milhões de euros por ano. Em 2016, com a proposta de aumento salarial levada aos accionistas da companhia de electricidade portuguesa, poderá levar para casa 2,6 milhões de euros.

Em entrevista à Sábado, o gestor sublinhou que o seu salário é, apesar de tudo, “incomparavelmente mais baixo” do que o auferido noutras empresas do mesmo sector na Europa e EUA. E utilizou mesmo o futebol para situar a sua remuneração relativa: “No futebol, o meu salário equivale ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela (risos). Não me considerando eu, um jogador desses”, disse António Mexia.

É verdade?

Não há muitos dados disponíveis para perceber qual a realidade portuguesa. No último relatório sobre o panorama financeiro do futebol na Europa, a UEFA dá algumas luzes sobre o tema. Os números parecem não dar razão a Mexia tendo em conta a realidade da Liga portuguesa.

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Em Portugal, os clubes do meio da tabela apresentaram uma folha de salários média de cinco milhões de euros na temporada 2014/2015. Ora, se dividirmos este valor por 24 jogadores que costumam preencher um plantel, a média de salários anuais por jogador é de 200 mil euros. Um montante que fica muito aquém daquele que Mexia recebe na EDP.

Aproveitando a alusão de Mexia ao futebol, como compara o salário do presidente da EDP com os salários que auferem os selecionadores que vão estar presentes no Campeonato da Europa 2016?

Diríamos talvez que António Mexia estaria a treinar uma das selecções favoritas à conquista do torneio. Há apenas seis técnicos com salários acima de 1,6 milhões de euros por ano: Hodgson (Inglaterra), Conte (Itália), Terim (Turquia), Löw (Alemanha), Del Bosque (Espanha) e Deschamps (França).

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Foto: EDP – Energias de Portugal

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