António Mexia, CEO da EDP, recebeu 1,9 milhões de euros por ano. Em 2016, com a proposta de aumento salarial levada aos accionistas da companhia de electricidade portuguesa, poderá levar para casa 2,6 milhões de euros.

Em entrevista à Sábado, o gestor sublinhou que o seu salário é, apesar de tudo, “incomparavelmente mais baixo” do que o auferido noutras empresas do mesmo sector na Europa e EUA. E utilizou mesmo o futebol para situar a sua remuneração relativa: “No futebol, o meu salário equivale ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela (risos). Não me considerando eu, um jogador desses”, disse António Mexia.

É verdade?

Não há muitos dados disponíveis para perceber qual a realidade portuguesa. No último relatório sobre o panorama financeiro do futebol na Europa, a UEFA dá algumas luzes sobre o tema. Os números parecem não dar razão a Mexia tendo em conta a realidade da Liga portuguesa.

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Em Portugal, os clubes do meio da tabela apresentaram uma folha de salários média de cinco milhões de euros na temporada 2014/2015. Ora, se dividirmos este valor por 24 jogadores que costumam preencher um plantel, a média de salários anuais por jogador é de 200 mil euros. Um montante que fica muito aquém daquele que Mexia recebe na EDP.

Aproveitando a alusão de Mexia ao futebol, como compara o salário do presidente da EDP com os salários que auferem os selecionadores que vão estar presentes no Campeonato da Europa 2016?

Diríamos talvez que António Mexia estaria a treinar uma das selecções favoritas à conquista do torneio. Há apenas seis técnicos com salários acima de 1,6 milhões de euros por ano: Hodgson (Inglaterra), Conte (Itália), Terim (Turquia), Löw (Alemanha), Del Bosque (Espanha) e Deschamps (França).

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Foto: EDP – Energias de Portugal

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