E se o seu time fechasse um acordo de patrocínio com um fabricante de equipamento de guerra?

Na Alemanha, o Borussia Dortmund celebrou um contrato com a Rheinmetall no valor de €20 milhões, mas o negócio não foi bem recebido entre os adeptos.

Esta segunda-feira o presidente do time alemão, Hans-Joachim Watzke, convocou os mais de 200 mil sócios para um referendo para decidir o futuro desse acordo no mínimo controverso.

“Eu gostaria de ter um quadro mais completo das suas opiniões”, declarou Watzke durante a assembleia geral de sócios esta segunda-feira.

Sócios protestam

O contrato tem a duração de três anos, foi anunciado em maio e inclui parcerias ao nível do marketing, publicidade e hospitalidade. A imprensa alemã refere que vai render €20 milhões ao Dortmund, mas para já está a dar uma enorme dor de cabeça ao clube germânico.

No domingo, vários sócios se manifestaram contra o acordo à porta da assembleia, alguns dos quais levaram tanques de plástico e montaram um stand para distribuir informação sobre o acordo.

Numa votação não vinculativa no primeiro dia da assembleia, 556 dos 855 sócios chumbaram o negócio, enquanto 247 votaram favoravelmente, com 52 abstenções.

“Perdi o sono”

Para Watzke, que deixará o cargo da presidência em 2025 após duas décadas, o resultado da votação foi “um claro sinal” contra o acordo, mas frisou que se trata de uma “primeira indicação” dado se tratar de uma amostragem.

“São apenas 0,25% dos nossos sócios”, notou.

Watzke defendeu o acordo, mas disse que “perdeu o sono” por causa dele. “Foi uma decisão difícil que teve um impacto pessoal em mim, mas mantenho-a”, acrescentou.