O Real Madrid prepara-se para apresentar uma proposta histórica sob o comando de Florentino Pérez. Quer converter os seus sócios em acionistas para proteger o time de potenciais ofertas de fundos ou outros investidores internacionais, com uma potencial avaliação de €7.000 milhões na mira.
O presidente merengue confirmou que os sócios irão votar uma mudança do modelo de clube ou adotar uma nova fórmula de propriedade numa assembleia-geral ou num referêndum a ter lugar num futuro próximo.
“O nosso time deve ter uma estrutura organizativa que nos proteja como instituição e que nos proteja também a todos como proprietários do Real Madrid”, declarou Florentino Pérez esse domingo.
“Não tenha nenhuma dúvida de que faremos todo o que for necessário para que este clube continue sendo dos seus sócios, como tem sido nos nossos 122 anos de história. E definitivo, para que ninguém nos possa tirar o nosso património histórico”, sublinhou ainda.
Sócios protegem clube
A proposta de alteração surge depois de mudanças na nova Lei do Esporte em Espanha que poderá afetar os quatro clubes profissionais que ainda mantêm a sua estrutura original, isto é, ainda não se transformaram em sociedades anónimas: além do Real Madrid, também o FC Barcelona, Athletic Bilbao e Osasuna se encontram nessa situação.
Desse modo, a ideia de Florentino Pérez passará por converter os sócios em acionistas, como forma de blindar o clube perante o possível interesse de um investidor internacional.
A imprensa espanhola detalha que os sócios só poderão vender as suas ações aos seus familiares, afastando assim o risco de o clube ser vendido a algum fundo ou grupo financeiro, como tem acontecido um pouco por todo o futebol europeu e mundial.
Um risco que no Real Madrid parece bem real porquanto se trata do maior time e da marca mais valiosa do mundo de futebol, com uma capacidade de gerar receita como nenhum outro time.
Os merengues foram os primeiros a superar a marca dos €1.000 milhões de receitas com uma faturação de €1.073 milhões no último exercício fiscal (2023-2024), um aumento de 27% com respeito ao ano anterior.
Crescimento do resultado
O EBITDA (resultado bruto operativo) cresceu 71% para €144 milhões no mesmo período, com o time alcançando uma margem sobre as receitas de 13%, três pontos percentuais acima do anterior exercício (10%).
O lucro depois de impostos atingiu os €16 milhões, subindo 32% relativamente ao ano anterior.
“O clube mantém assim a senda de subida de receitas ano após ano desde o início do século, dentro de um contexto económico caracterizado por perdas generalizadas e muito significativas acumuladas entre 2019-2020 e 2022-2023 pela maioria dos clubes mais relevantes na Europa, perdas que persistem também em bastantes clubes no exercício 2023-2024”, aponta o Real Madrid.
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