O futebol em Portugal é cada vez mais uma atividade económica com impacto naquilo que são as exportações nacionais. Neste capítulo, os clubes portugueses costumam ser exportadores de talento. Desde 2016, Benfica e Sporting surgem entre os melhores no mercado de transferências de jogadores.

O ranking em baixo mostra os dez emblemas europeus com os melhores desempenhos na compra e venda de jogadores entre as épocas 2016-2017 e 2018-2019, segundo a consultora KPMG.

O indicador “Net sellers” (Vendedores líquidos) não é mais do que isto: subtraídos os gastos com os jogadores, os clubes realizaram vendas de passes de atletas naqueles montantes. De outra forma, são os clubes que apresentam os maiores saldos positivos.

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Neste contexto, os franceses do Mónaco surgem em destaque, com vendas líquidas (após compras) de 282 milhões de euros. Isto quer dizer que o clube francês tem sido o mais bem-sucedido no mercado na medida em que compra barato para depois vender caro — claro que não nos podemos esquecer da formação dos clubes.

Para este desempenho dos monegascos contribuíram decisivamente as vendas de jogadores como Bernardo Silva (Manchester City) ou Fabinho (Liverpool), dois jogadores adquiridos por um preço inferior àquele que foram vendidos. E ainda também Kyllian Mbappé, que se mudou para Paris a troco de 200 milhões.

Vendedores líquidos na Europa.

Há outro clube francês a dar cartas: o Olympique Lyon. O saldo entre compras e vendas nas últimas três temporadas foi positiva em 167 milhões de euros, o segundo maior na Europa.

A fechar o pódio está o Benfica (ainda antes da venda milionária de João Félix para o Atlético de Madrid, por 120 milhões de euros). Os encarnados realizaram um encaixe líquido de 120 milhões de euros nas últimas três épocas, depois de várias vendas milionárias como Ederson (Manchester City), Nelson Semedo (Barcelona) ou Renato Sanches (Bayern Munique).

A seguir ao Athletic Bilbau (+116 milhões) e Ajax (+109 milhões) está o Sporting. Neste período, os leões obtiveram mais-valias no mercado que ascenderam a 92 milhões de euros, contabilizando as transferências de Slimani (Mónaco) ou João Mário (Inter), por exemplo.

Quem são os mais gastadores?

Num mercado, para alguém ficar a lucrar, outros terão de gastar. Neste ponto, são os clubes ingleses, com maior disponibilidade para investir, fruto dos maiores rendimentos financeiros que conseguem obter, quem mais abrem os cordões à bolsa.

Os dois emblemas da cidade de Manchester ocupam os dois primeiros lugares: o United regista um saldo líquido negativo de 372,9 milhões de euros desde 2016, enquanto o City apresenta menos-valias de 308,4 milhões de euros. Não é propriamente uma novidade.

São de longe os clubes mais gastadores líquidos do mercado, refletindo o poderio económico que ambos apresentam.

A seguir surge o AC Milan, que regista um saldo negativo de 194,5 milhões de euros, ainda que isso não se tenha traduzido numa melhoria do desempenho dentro das quatro linhas, como seria de esperar.

Chelsea (-156 milhões), Arsenal (-123,3 milhões) e West Ham (-83 milhões) são outros clubes da Premier League que surgem como os mais gastadores do mercado.

Compradores líquidos na Europa.

Há ainda um clube francês (PSG), mais um italiano (Inter), um espanhol (Real Madrid) e um alemão (Schalke 04). Ou seja, tudo emblemas das cinco principais ligas europeias e que são financiadores líquidos de ligas mais secundárias não só na Europa, como em todo o mundo.

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