A Premier League poderá vender os seus jogos numa plataforma semelhante ao Netflix, disse o CEO Richard Masters, citado pelo The Guardian.

Masters confirmou que a Premier League considerou lançar o seu próprio serviço digital — transmitindo os jogos ao vivo e outros conteúdos relacionados — em alguns países durante o processo de venda dos direitos televisivos para as temporadas de 2019-2022.

Embora a ideia tenha ficado na gaveta, continua em cima da mesa a possibilidade de se lançar a “Premflix”, em vez de vender os direitos de transmissão às empresas de TV, quando ocorrer o concurso para a venda dos direitos para as épocas entre 2022-2025.

“Durante o último processo, gastámos bastante tempo e investimos muitos recursos na construção do nosso conhecimento e capacidade no consumidor direto”, referiu Masters. “Considerámos se era o melhor momento para testar novos mercados e decidimos não avançar. Mas continuamos com os planos no próximo mandato comercial no sentido de aproveitar estas capacidades“, acrescentou o CEO da Liga inglesa.

“Estávamos pronto na última vez e estaremos prontos na próxima se a oportunidade surgir”, frisou ainda.

A Premier League fatura 3,1 mil milhões de libras (3,65 mil milhões de euros), dos quais 1,4 milhões de libras (1,65 mil milhões de euros) vêm dos mercados externos.

Lançar o seu próprio serviço de streaming em alguns mercados poderá levar a um aumento das receitas com a transmissão de jogos. Por exemplo, na Singapura, a Singtel paga 70 milhões de libras por ano pelos TV rights da Premier League, e fatura 175 milhões por ano com subscrições que mensalmente custam 35 libras. Ou seja, se Premier League mantiver os direitos, poderá ganhar mais 100 milhões de libras na Singapura sem intermediários.

As hipóteses de lançar o canal “Premflix” no Reino Unido são mais remotas, onde a Sky Sports detém cerca de seis milhões de subscritores e a BT Sport perto de dois milhões.

Richard Masters sugeriu um sistema de dois níveis – com alguns países a assistir aos jogos através das televisões e outros onde a transmissão será diretamente fornecida pela Premier League — vai acontecer mais cedo ou mais tarde.

“Não estou a dizer que vai acontecer já no próximo ciclo ou quando é que isso vai acontecer, mas eventualmente a Premier League vai movimentar-se no sentido de ter um mix de consumidor direto e vendas de direitos. É impossível dizer quando é que isso vai acontecer”, afirmou.

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Richard Master mostrou-se otimista em relação à capacidade de a Premier League manter a popularidade global, apesar da desvalorização dos direitos domésticos.

Na passada quinta-feira, a Premier League anunciou um negócio de dois mil milhões de libras (2,35 mil milhões de euros) com a NENT para a transmissão dos jogos na Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia para o ciclo 2022-2028. Foi um aumento de 20%.

“Temos todas as razões para estar otimistas em relação aos direitos televisivos. Não penso que a bolha tenha rebentado porque o nosso negócio está “protegido” pelo desempenho doméstico e pelo desempenho internacional”, explicou Richard Masters.

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