O futebol italiano teve um prejuízo de 525,5 milhões de euros na época 2014/2015, segundo o primeiro estudo económico acerca do futebol transalpino, levado a cabo pela auditora Deloitte e divulgado esta semana em Roma pela Federação Italiana de Futebol.

De acordo com a Deloitte, durante essa época a actividade gerou cerca de 3.700 mil milhões de euros de receitas próprias, mas também teve gastos de 4.200 mil milhões. Esta contabilização leva em conta todas as transacções feitas no âmbito do futebol profissional (primeira, segunda e terceira divisões), futebol amador e futebol juvenil. Mas o grosso dos prejuízos (95%), como seria de esperar, registou-se nas equipas profissionalizadas.

E isto apesar de várias das equipas transalpinas se terem constituído já como sociedades anónimas, sendo portanto geridas como empresas e com objectivos financeiros ao final do ano. Na verdade, em 86 sociedades analisadas, apenas 12 conseguiram ficar acima da linha vermelha.

A explicar os maus resultados estão sobretudo as fracas vendas de bilhetes para os jogos, associadas a crescentes gastos com salários. As equipas italianas continuam a pagar muito bem aos seus craques, mas a factura salarial não tem tido retorno desportivo e mediático, o que se repercute no que conseguem cobrar em direitos televisivos e merchandising.

Ironicamente, a Federação Italiana de Futebol, que não tem o lucro como objectivo, encerrou a época com um resultado operacional positivo de 4 milhões de euros. Recorde-se que a Federação portuguesa também conseguiu atingir resultados positivos na época transacta.