As discussões entre adeptos acerca de qual é o maior (ou melhor) clube do mundo são quase sempre intermináveis: entre Bayern de Munique, Real Madrid, Barcelona ou Manchester United, há escolhas para todos os gostos. Mas, apesar de não haver consenso entre adeptos, dificilmente alguém diria que é o Arsenal que está na frente do ranking.
Quem não parece ter-se apercebido disso são os próprios responsáveis do clube londrino. Segundo contas da consultora KPMG, que fez um estudo profundo sobre os clubes de topo europeus, o Arsenal é o clube que mais cobra aos adeptos de futebol pelo privilégio de verem o ‘seu’ clube actuar no estádio. Assegurar um lugar anual no Emirates Stadium, de acordo com o estudo da KPMG, custa no mínimo 1.334€.
E se pensa que logo depois vêm os gigantes do futebol espanhol e alemão, desengane-se. Na verdade, os seis lugares seguintes são todos ocupados por equipas inglesas: Tottenham, Liverpool, Chelsea, Manchester e até o Everton. O Real Madrid, por exemplo, surge num modestíssimo 21.º lugar, cobrando apenas 223€ pelo lugar mais barato. Bayern e Barcelona aparecem no 29.º e 30.º lugares, respectivamente. A diferença é que, enquanto o colosso espanhol foi campeão europeu este ano (e levou o campeonato para casa na época transacta), o Arsenal está praticamente ‘a seco’ desde 2005.
Não é por isso de estranhar que a KPMG considere o clube londrino o mais ‘caro’ da lista de equipas consideradas. Depois de analisar o preço dos bilhetes, e os comparar com várias métricas da ‘qualidade’ do clube (condições do estádio, popularidade do clube, vitórias, etc.), a consultora chegou à conclusão de que é este o que apresente pior relação qualidade/preço. Um problema que aparentemente aflige toda a Premier League, onde aquilo que é pedido ao adepto parece estar claramente desfasado do que é oferecido.
E Portugal? A KPMG também olhou para os preços nacionais, e concluiu que o preço por um lugar anual no caso de Benfica e FC Porto (120 e 130€) não fica muito longe dos preços praticados por clubes como o Barcelona e Bayern. Mas, depois de se levar em conta o ‘factor qualidade’, os dados sugerem que tanto um como o outro apresentam uma relação custo/benefício superior à média.