O milionário negócio Sanches-Bayern rendeu 35 milhões de euros ao Benfica. Foram suficientes para destronar o FC Porto do trono do Rei do Mercado?
Para que não subsistam dúvidas, estamos perante duas empresas exportadoras por excelência no futebol mundial. Tanto FC Porto e Benfica são clubes que apresentam um instinto de mercado fora do comum, são excelentes negociadores e competem de igual para igual com os maiores clubes europeus, Real Madrid, Barcelona, Bayern, Chelsea… na hora de fazer negócios.
Neste exercício, tentamos perceber qual dos dois é o Rei do Mercado. Para isso analisamos os relatórios e contas de dragões e encarnados desde a temporada 2003-2004, ano em que Luís Filipe Vieira assumiu os destinos do Benfica.
O FC Porto começou a sua senda vendedora após a conquista da última Champions, em 2004. Nas contas desse ano, os dragões registaram quase 50 milhões de euros em receitas com transferências – ano em que Deco foi para o Barcelona e Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira acompanharam José Mourinho no Chelsea.
Desde então, os portistas somaram mais de 500 milhões de euros em transferências, tendo atingido na temporada 2014-2015 o recorde máximo de 90 milhões de euros – Jackson Martínez (Atlético Madrid), Alex Sandro (Juventus) e Danilo (Real Madrid) foram os principais negócios realizados nesse ano.
No Benfica, só a partir da temporada 2006-2007 é que o mercado de transferências começou a trazer receitas significativas para o clube – 24 milhões de euros. Não obstante, foram as últimas cinco/seis temporadas que tornaram o Benfica numa verdadeira máquina de vender talento, período que coincidiu com a entrada de Jorge Jesus no comando técnico da equipa principal.
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O ponto alto foi também atingido na temporada 2014-2015, com as receitas com transferências de jogadores a atingirem os 80 milhões de euros – o Valência foi o principal importador, com as aquisições de Rodrigo, André Gomes e João Cancelo a totalizarem 60 milhões de euros.
Contas feitas, Luís Filipe Vieira já concretizou negócios no valor de 405 milhões de euros com vendas de jogadores desde 2003, menos 100 milhões de euros que Pinto da Costa. Será o FC Porto o Rei do Mercado?
O saldo comercial
Talvez a análise das receitas com transferências possa ser simplista e seja mais razoável olhar para a diferença entre as receitas e os gastos com transferências. Porquê?
Por exemplo, na presente temporada, o Benfica atinge receitas de 35 milhões de euros com a transferência de Sanches para o Bayern, enquanto o FC Porto apresenta receitas de 24 milhões com a venda Imbula ao Stoke City. Porém, enquanto o Benfica terá gasto um ninharia na aquisição do pequeno Sanches (pagou 750 euros ao Recreativo Águias da Musgueira, dizem), o FC Porto gastou 20 milhões para comprar Imbula. Ou seja, em termos líquidos, Sanches rendeu 34.999.250 milhões de euros aos encarnados. Já Imbula rendeu apenas quatro milhões aos dragões.
(Nota: Importará ainda descontar as despesas com intermediação, a taxa de compensação de solidariedade, outros impostos… mas estes valores são difíceis de expurgar do valor bruto da transferência quando se analisa as contas dos clubes).
Sendo assim, analisámos as receitas e os gastos (valores brutos) com transferências com os dados compilados pelo Transfermarkt.
Entre receitas e gastos com transferências de atletas, o Benfica regista um excedente de 250 milhões de euros. Já o FC Porto apresenta um saldo bastante mais favorável, de 443 milhões de euros. Conclusão? Os dragões continuam a ser Reis no mercado.
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