Durante o último mês tem-se assistido a um intenso debate sobre os contratos que Benfica, FC Porto e Sporting assinaram com a NOS e a MEO. Contratos com diferentes componentes e diferentes durações têm dificultado uma comparação que indique qual dos clubes fez o melhor negócio. Nas redes sociais o debate mantém-se e os dirigentes dos clubes tentam reclamar para si o melhor contrato.

Quem fez, então, o melhor acordo?

Antes de mais, é importante dividir os acordos assinados em duas categorias: a) contratos com empresas de telecomunicação e b) contratos de direitos de transmissão televisiva. O porquê destas duas categorias prende-se com o facto de, como foi acima indicado, os clubes terem fechado contratos com componentes bastante diferentes. Se no caso do Benfica estas duas categorias são iguais (o contrato com a NOS incide apenas nos direitos de transmissão televisiva), no campo oposto encontra-se o Sporting, com dois contratos referentes à transmissão dos seus jogos caseiros (um com a PPTV e outro com a NOS). Assim, fará sentido estabelecer comparações dentro destas duas categorias, escalpelizando as componentes que nelas se enquadram.

Relembrando os valores totais e respectivas componentes, verifica-se que:

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Passamos agora a analisar os respectivos contratos de acordo com as categorias previamente indicadas:

  1. Contratos com empresas de telecomunicação (NOS e MEO)

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Olhando para a tabela acima, verifica-se que o Benfica é o clube que menos recebe, sendo o Porto o clube que mais irá encaixar. No entanto, os contratos incorporam diferentes componentes, visto que o do Benfica apenas engloba os direitos televisivos (jogos do clube e BTV) enquanto os contratos de FC Porto e Sporting englobam também patrocínios de camisolas e publicidade estática.

O valor estabelecido para o Sporting não inclui os 69 milhões com a PPTV, visto que esta é uma segunda entidade. Aliás, o valor que a NOS comunicou à CMVM referente ao acordo estabelecido com o Sporting é de 446 milhões de euros.

2. Contratos de direitos de transmissão televisiva

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No que diz respeito à venda dos direitos de transmissão televisiva dos jogos das equipas principais e dos respectivos canais, verifica-se que, ao contrário da primeira categoria, o Benfica vendeu os seus direitos por valores superiores aos dos seus rivais. No caso do Sporting, como tem dois contratos (PPTV e NOS) foi necessário indicar os valores por época: na época actualmente em curso, o Sporting irá receber apenas 23 milhões de euros; nas próximas duas épocas receberá 29 milhões de euros em cada (os 23 milhões que recebe esta época mais 6 milhões de euros pela Sporting TV). A partir da época 2018/2019 entra em vigor o contrato com a NOS e passará a receber 31 milhões de euros por época.

Poder-se-ia criar uma terceira categoria relacionada com patrocínios (nas camisolas e no estádio) mas seria apenas entre Porto e Sporting, já que o Benfica não incluiu estas componentes no acordo com a NOS por ter acordos com outras entidades. Entre Porto e Sporting, os valores são semelhantes, variando essencialmente na duração.

Conclui-se, portanto, que apesar de os contratos serem bastante diferentes, o Benfica vendeu mais caro a sua marca. Na primeira categoria, o valor por época (mais fácil para comparação visto que os outros têm durações diferentes) é inferior, mas a diferença é baixa (5,5 milhões para o Porto e de apenas 2 milhões para o Sporting) tendo em conta que o Benfica negociou apenas metade das componentes que Porto e Sporting negociaram. Na segunda categoria, a diferença de valores por época aumenta a favor do Benfica, encaixando mais 4 milhões do que o Porto e mais 11 milhões (na próxima época, que é quando o contrato do Benfica com a NOS inicia) do que o Sporting (sendo que na época 2018/2019 a diferença reduz para 7 milhões).

Apesar de ter feito contratos que lhe permitem um encaixe total de 515 milhões de euros, o Sporting é o clube que irá encaixar menos por época. Realce-se o bom acordo com a PPTV, algo que o Porto também poderia ter feito e não o fez, pelo menos até ao momento.

Fonte: Estimativas próprias

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